sábado, 22 de março de 2014

CURICA. AVE DE NÚMERO 175 do DOSSIÊ FAZENDA MODELO...


NOME CIENTÍFICO: Amazona amazonica (Linnaeus, 1766).

  O PAPAGAIO CURICA foi visualizado no dia de sábado em 22 de março de 2014, bem na montanha vermelha, bem em frente ao  EX-PARQUE DE EXPOSIÇÕES  ASSIS CHATEUBRIANT, hoje, infelizmente, um palanque de megaeventos de massa, atraindo milhares de pessoas, para um local bem junto do refúgio de PSITACÍDEOS.

   Estas aves  fazem seus abrigos à noite nos buracos no paredão da montanha vermelha. Estas aves, costumam desaparecer por muitos meses, após os eventos festivos, que produzem ruídos muito acima dos 70 decibéis, previstos em lei, para uma área urbana. Em se tratando de área protegida como característica de refúgio reprodutivo, (APDA), então, o nível exagerado de ruídos, incorreria em outra ilegalidade. Pelo menos isolamento acústico teria que ser exigido pelos órgãos municipais de meio ambiente e ministério público, pois algumas casas noturnas na cidade tem sido, corretamente acionadas, com exigências, corretíssimas e legais, de isolamento dos volumes de sons emitidos por estas casas noturnas. Ou a lei é para todos ou para ninguém.




  A curica é uma ave psittaciforme da família Psittacidae. Conhecida também como papagaio-do-mangue, aiuru-curuca, kuritzaká (nome indígena - Mato Grosso), curau (Mato Grosso), papagaio-grego, aiurucatinga, ajurucatinga, ajurucurau, ajurucuruca, curuca, encontros-verdes e papagaio-poaieiro.
Seu nome significa: do (francês) amazona = nome dado a várias espécies de papagaios tropicais; relativo ao Rio Amazonas, relativo a Floresta Amazônica; e de amazonica = referente ou originário da floresta amazônica na América do Sul. ⇒ Papagaio Amazônico. ou papagaio da floresta Amazônica.
É conhecido como papagaio-do-mangue na costa, por habitar essa formação. Provavelmente, esse foi a espécie de papagaio primeiro observada pelos portugueses ao chegarem na costa brasileira, sendo muito freqüente nas aldeias indígenas para uso de suas penas na arte plumária.
Não está classificada em nenhuma categoria de ameaça a nível global, embora seja a segunda mais perseguida pelo tráfico, do seu gênero.
De porte um pouco menor ao do papagaio-verdadeiro. Como características mais marcantes para separar as duas espécies, possui o espelho e a marca da cauda de cor laranja, ao invés de vermelho. O bico é amarelado na base, com o restante cinza escuro. Menos cabeçudo em proporção ao corpo, o adulto possui o alto da cabeça, parte da cara e a garganta amarelas. Na frente dos olhos e na testa passa uma faixa azul claro. Possui um comprimento de 31 a 34 cm e não apresenta dimorfismo sexual.
Possui uma série de vocalizações. Elas são mais assobiadas e suaves, algumas parecidas com as da maitaca (razão do nome trombeteiro). O casal em voo mantém contato através de gritos mais longos e elaborados do que aquele. No período reprodutivo, pousa em galhos altos e começa a improvisar uma série de gritos e assobios.
Alimenta-se de sementes, frutos e flores. É bastante atraído pelos frutos do pombeiro (Combretum lanceolatum).
Se reproduz geralmente no segundo semestre do ano e faz ninhos em cavidades, aproveitando ocos de árvores, paredões rochosos e cupinzeiros. É uma espécie monogâmica (o casal permanece unido por toda vida). Põem 3 ovos que eclodem após 29 dias de incubação. Entretanto, em outros estudos já foi observado ninhos com 4 ovos. Vive de 50 a 60 anos. Geralmente, um filhote sai do ninho depois de 2 meses de nascido, chocado pela fêmea. Ao que parece se reproduz no final da temporada de seca.

Comum em florestas de galeria, várzeas, alagados com árvores e manguezais. Costuma pernoitar e se reproduzir em ilhas cobertas de mata. Vive em bandos de até 8 indivíduos, reunindo-se às centenas para pernoitar, quando fazem bastante barulho. Na região sudeste onde existem diversas observações observa-se que bandos dormem em plantações de eucaliptos onde se camuflam entre as copas de forma a evitar predação de gaviões e falcões.
Distribui-se amplamente na América do Sul, principalmente no leste dos Andes, da Colômbia até o sudeste do Brasil. Ocorre também ao longo do leste e sul da Colômbia, leste do Equador, leste do Peru e Bolívia. É encontrado por toda a Venezuela, exceto em Zulia e Mérida, e é difundido nas Guianas, Suriname e em Trinidad e Tobago. No Brasil a espécie é encontrada na Bacia Amazônica, Amazonas, Mato Grosso (sendo ausente no sudoeste do pantanal), Pará, Goiás, Maranhão, Piauí, Bahia, Espírito Santo, norte do Rio de Janeiro, noroeste e norte de São Paulo e norte do Paraná.

 

  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

  • Mahecha, José Vicente Rodríguez; Suárez, Franklin Rojas; Arzuza, Diana Esther; Hernández, Andrés Gonzáles. Loros, Pericos & Guacamayas Neotropicales. Panamericana Formas e Impresos S.A., Bogota D.C., 2005, Pág. 145.
  • Guedes, N. M. R. (1993). Biologia reprodutiva de arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus) no Pantanal-MS, Brasil. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
  • Guedes, N. M. R. & Seixas, G. H. F. (2002). Métodos para estudos de reprodução de Psitacídeos. In: M. Galetti & M. A. Pizzo. (eds). Ecologia e conservação de psitacídeos no Brasil (pp. 123-139). Belo Horizonte: Melopsittacus Publicações Científicas.
  • Sick, H. (1997). Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, p. 113-360.
  • Juniper, T. & Parr, M. (1998). Parrots: A guide to the parrots of the world. Londres: Pica Press. p. 545.
  • Moura, L. N. Comportamento do Papagaio-do-mangue Amazona amazonica: gregarismo, ciclos nictemerais e comunicação sonora. Dissertação. Universidade Fereral do Pará, Belém. 2007.
  • Sibley, C. G. & Monroe Jr, B. L. (1990). Distribution and taxonomy of birds of the world. Yale: Yale University Press, p. 132.

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