UM JORNAL IMPRESSO em PEDRO LEOPOLDO trouxe um artigo de opinião, defendendo, de forma velada, as ações contra o meio ambiente, como se fosse uma defesa do meio ambiente. Ou seja, uma inversão de valores. Foi feita uma verdadeira operação mágica lógica de reducionismo, do tipo:
___Eu andava pela orla da LAGOA e ví três patos. Os três patos que vi eram pretos. Então a conclusão óbvia é de que:
""TODOS OS PATOS DO MUNDO SÃO PRETOS ""
Tal operação, além de muito mal feita literariamente e de péssima qualidade, trata-se de um uso indevido do discurso de proteção à natureza e ao meio ambiente, que na verdade, funciona às avessas. Ou seja, usa do discurso ecologicamente correto, mas, no final das contas é contra a própria natureza, e na verdade, trata-se de um apoio velado e às atividades fundiárias e empresariais sempre muito lesivas ao meio ambiente.
Quem andava pela LAGOA era um RURALISTA e diz ter visto os 3 PATOS PRETOS.
A LAGOA representa os PARQUES, RESERVAS E REFÚGIOS DA VIDA SILVESTRE na nossa região.
Então o RURALISTA diz ter visto 3 PATOS PRETOS.
O QUE REPRESENTAM OS 3 PATOS PRETOS???
PATOS PRETOS DO RURALISTA:
Alegou na cidade de PEDRO LEOPOLDO, embora esteja expresso no jornal, que a coluna opinião não representa os valores do jornal em questão, (PILATOS LAVOU AS MÃOS AO CONFIRMAR A CRUCIFICAÇÃO DE CRISTO), que um eminente cientista AUSTRALIANO teria feito uma pesquisa que demonstrou que:
"""PARQUES E RESERVAS BIOLÓGICAS no mundo e no BRASIL, não tem cumprido o seu objetivo de proteger os seres vivos que por ali vivem """...(RURALISTA...Pedro Leopoldo, 2013 )...
....ASSIM, o ruralista tendo recorrido a um autor ambientalista, e maior autoridade mundial em ÁREAS DE FRAGMENTOS DE FLORESTA, usou como PATO PRETO, o fato de que:
PATO PRETO:
""RESERVAS E PARQUES COMO O DO SUMIDOURO E NOVO REFÚGIO DAS SERRAS DAS AROEIRAS por exemplos meus, levariam extinção das espécies de plantas e animais na própria área das RESERVAS.""" ...
ENTÃO O RURALISTA dinamita e conclui como pérola:
__QUALQUER PARQUE em MINAS GERAIS criado pelo GOVERNO DO ESTADO, levará à extinção dos animais e plantas que ali deveriam estar sendo protegidos.
Então, para ele TODOS OS PATOS DO MUNDO são PRETOS,ou seja,qualquer reserva ou REFÚGIO DA VIDA SILVESTRE não deveriam serem criados no BRASIL pois nunca protegerá os animais e plantas, mas pelo contrário, levará à extinção dos seres vivos.
http://laurancelab.org/profiles/william_laurance_vitae.pdf
Protesto neste espaço contra o uso indevido do nome de uma grande autoridade mundial, com vários artigos e livros publicados pelo mundo inteiro, sendo utilizado por um FAZENDEIRO, como argumento contrário à criação de PARQUES e RESERVAS NATURAIS. Ora,o cientista AUSTRALIANO nunca defendeu o que o RURALISTA dos PATOS PRETOS alegou. O grande AMBIENTALISTA AUSTRALIANO na verdade defende mais racionalidade e que manejos bem feitos dos parques e refúgios sejam procedidos o que eu sempre defendi neste espaço,o que não seria nenhuma novidade e nunca que por ter havido equívocos na criação de parques pelo BRASIL, nunca deveriam ser criados parques. O grande equívoco conceitual que encontrei e que manifesto o meu repúdio é o fato de ficar subentendido que o próprio fato de criar reservas é que destrói os seres vivos e o ambiente dos PARQUES E RESERVAS CRIADOS. Assim,o que o grande LAwrence defende que sejam executados procedimentos técnicos bem qualificados para que os seresvivos, realmente, sejam protegidos. Assim, logo abaixo termino com alguns procedimentos padrão de discípulos brasileiros de LAWRENCE do NORDESTE, para um bom manejo de parques e reservas:
CITAÇÕES IMPORTANTES:
''''A estrutura fundiária está baseada historicamente na ampla distribuição de latifúndios,
herança do sistema sócio-econômico dos colonizadores europeus, que ainda predomina em
amplas áreas rurais da maioria dos países mais pobres da América Latina (Dean 1996; Ojasti
2000). No Brasil, 2% dos proprietários possuem 60% das terras cultivadas (UNESCO 1971; WRI
1994).''''
''''Ausência da dimensão ambiental em planos de assentamento e nas políticas públicas de
desenvolvimento agrícola da região (Wolford 2004).'''
DIRETRIZES PARA O PLANEJAMENTO DE CONSERVAÇÃO E
MONITORAMENTO DA BIODIVERSIDADE DOS FRAGMENTOS DO CEP
Fase preliminar
Avaliação da condição biológica dos fragmentos florestais do CEP com base na relação
entre:
· Parâmetros de ecologia de comunidades: riqueza e diversidade de espécies arbóreas e
nível de raridade das espécies (abundância e freqüência);
· Parâmetros de ecologia de paisagem: a área e forma dos fragmentos, o grau de
isolamento e conectividade dos fragmentos, a heterogeneidade de habitats, o efeito de borda;
· Parâmetros históricos: o corte seletivo, o uso do espaço e alteração da paisagem, entre
outros.
210Fase de implementação
Fase de restauração
Fase de monitoramento
· Estruturação de um planejamento bioregional onde sejam priorizados os fragmentos
melhor ranqueados dentro das propostas preliminares;
· Estabelecer quais fragmentos apresentam as melhores possibilidades de conservação do
ponto de vista econômico - custo de conservação e restauração; político - situação da área em
termos jurídicos; e social - capacidade de uso da população e efeitos negativos sobre os
remanescentes.
· Manejo e re-introdução de espécies especialmente suscetíveis à extinção,
principalmente aquelas que apresentam: 1) alta raridade natural (baixa freqüência e densidade
natural); 2) valor madeireiro;
· Introdução de espécies potencialmente importantes para o restabelecimento de
processos ecológicos-chave, tais como a polinização e a dispersão, na manutenção da
biodiversidade dos fragmentos, possibilitando a re-introdução ou ampliação da área de
forrageamento de espécies-chave para a manutenção numa escala regional;
· Incremento da conectividade entre os fragmentos, através da criação de corredores
ecológicos ou 'stepping stones' possibilitando dessa forma a minimização dos efeitos negativos do
isolamento e conseqüentemente da extinção local;
· Medidas de amenização do efeito negativo da matriz - avaliação das possibilidades de
implementação do corte de cana sem queima, o que diminuiria consistentemente os efeitos
negativos sobre os remanescentes florestais.
· Escolha de indicadores biológicos de rápida avaliação da conservação, manejo e
restauração dos fragmentos;
· Elaboração de protocolos de ação em nível regional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário