LINK PARA A MÚSICA UIRAPURÚ DE VILLA LOBOS, INSPIRADA NO CANTO DA AVE AMAZÔNICA.
UIRAPURÚ...
O nome Uirapuru aplica-se a vários pássaros
da mesma família: uirapuru-de-peito-branco; uirapuru-veado;
uirapuru-de-asa-branca; e o uirapuru-verdadeiro.Esse tipo de pássaro é conhecido, também,
como corneta, ou músico. Entretanto, o termo Uirapuru refere-se ao
uirapuru-verdadeiro.
O Uirapuru é uma ave pequena de
aproximadamente 12,5cm, de plumagem pardo-avermelhada e bem simples, tendo às
vezes, nos lados da cabeça, um desenho branco. Tem bico forte, pés grandes e de
comportamento irrequieto, movendo-se rapidamente no meio da folhagem ou do
solo.
Pássaro típico da Amazônia e raramente
visto, pois vive habitualmente na parte mais alta das copas das árvores da
selva. Alimenta-se de frutas e insetos.Durante o ano todo, o Uirapuru canta apenas
cerca de quinze dias, pois seu cantar longo e melodioso só acontece para atrair
a parceira para o acasalamento e durante a construção do ninho. Cantos que
duram de dez a quinze minutos ao amanhecer e ao anoitecer.
O canto do Uirapuru ecoa na mata virgem com um
som puro e delicado, como o de uma flauta. Parece ser emitido por uma entidade
divina. Quando canta o uirapuru, a floresta silencia. Todos calam para
reverenciar o mestre, todos seduzidos pela beleza do seu trinado.
Quem tiver o privilégio de ouvir seu canto,
jamais o esquecerá.
MÚSICA: UIRAPURÚ.....
UIRAPURÚ...(PENA BRANCA E XAVANTINHO)
Uirapurú,
uirapurú,
Seresteiro cantador do meu sertão
Uirapurú, uirapurú,
Tens no canto as mágoas do meu coração!
A mata inteira fica muda ao seu cantar
Tudo se cala pra ouvir sua canção
Que vai ao céu numa sentida melodia
Vai a Deus em forma triste de oração!
Seresteiro cantador do meu sertão
Uirapurú, uirapurú,
Tens no canto as mágoas do meu coração!
A mata inteira fica muda ao seu cantar
Tudo se cala pra ouvir sua canção
Que vai ao céu numa sentida melodia
Vai a Deus em forma triste de oração!
Se Deus
ouvisse o que lhe sai do coração
Entenderia que é de dor, sua canção
E dos teus olhos tanto pranto rolaria
Que daria pra salvar o meu sertão!
Entenderia que é de dor, sua canção
E dos teus olhos tanto pranto rolaria
Que daria pra salvar o meu sertão!
A NARRATIVA SOBRE A PAIXÃO DO JOVEM ÍNDIO
Existe a lenda amazônica sobre o Uirapuru.
Nos registros existem, basicamente, duas narrativas, entretanto, ambas revelam
que a origem do Uirapuru foi a compensação dada pela divindade ao grande
sofrimento causado por amor de impossível realização.
Uma das narrativas conta que um jovem índio
apaixonou-se perdidamente pela esposa do grande cacique da tribo. Incapaz de
viver este amor impossível pediu a Tupã, que o transformasse em ave, para
amenizar a sua dor. Desde então, às noites, passou a cantar bela melodia, para
fazer a sua amada dormir.
O cacique ficou tão fascinado pelo canto que
perseguiu o pássaro para prendê-lo. O Uirapuru voou para a floresta e o
cacique, na perseguição, nela se perdeu para sempre.
Todas as noites o Uirapuru voltava para
acalentar os sonhos do seu amor, esperando, também, que um dia, a índia pudesse
reconhecê-lo e despertá-lo do seu encanto.
A NARRATIVA SOBRE A PAIXÃO DE DUAS ÍNDIAS
A outra narrativa conta que duas índias
muito amigas apaixonaram-se pelo mesmo guerreiro da tribo. A história do amor
das duas se espalhou pela aldeia, e os mais velhos resolveram perguntar ao
índio qual das duas ele amava. A resposta surpreendeu a todos , confessou seu
amor pelas duas.
Pelas tradições da tribo não era permitido o
casamento com as duas índias e, assim, o conselho de anciões da tribo decidiu:
“o guerreiro casaria com aquela que primeiro conseguisse flechar um marreco
voando”.
O casamento foi realizado. A índia que
perdeu foi ficando cada vez mais triste, pois não suportava a impossibilidade
de realizar seu grande amor e a saudade da amiga Procurou um lugar distante e
começou a chorar. Chorou tanto, que suas lágrimas se transformaram num riacho.
Inconformada com aquela situação implorou a
Tupã para ser transformada num pássaro.
Tupã compadecido atendeu-a dizendo: “de hoje
e para sempre serás o Uirapuru. Terás um canto tão lindo e harmonioso que te
livrarás de teu sofrimento. Quando cantares a floresta silenciará”.
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