Nome Científico: Dendrocygna viduata.
REVOADA DE IRERÊS...
Na cidade PEDRO LEOPOLDO ( Minas Gerais), os cantos dos IRERÊS durante as noites e madrugadas de quem mora no bairro MAGALHÃES, pode ser traduzido como:
"O SOM DAS MADRUGADAS"...
Durante o cair das tardes, sobrevoando a região urbana da cidade, mais para o lado da BR 424, os bandos de milhares de IRERÊS, podem ser visualizados e chega a encantar, pelo padrão de vôo regular e organizado exibido, em forma de um grande V. Dizem alguns ETIOLOGISTAS, que o padrão V, permite uma aerodinâmica do VÔO mais adequada para o menor gasto de energia e melhoria da eficiência das migrações, curtas e longas pelo BRASIL.
MÚSICA IRERÊ DE AUTORIA DE CÉSAR COSTA FILHO.
Irerê, pássaro cativo
Irerê, braço de galé
Irerê, negro fugitivo
Irerê, príncipe-guiné
Ferro quente, faz sinal
Marca de "sinhô" qualquer
Irerê parte o grilhão
Mata um montão
Cai do porão
Na maré
Irerê, pássaro proscrito
Irerê, revolta a ralé
Irerê, chamado maldito
Irerê, do Abaeté
Mato virgem, palmeiral
Negro, macho, finca o pé
Irerê cerca o rincão
Chama os irmãos
Funda a Nação
Do Povo Axé!
Irerê, pássaro caçado
Irerê, pelos "coroné"
Irerê, com seus comandados
Irerê, no Abaeté.
Luta armada, marcial
Luta quem ser livre e quer
Mas é mil contra um milhão
Soa canhão, tomba no chão
O rei-guiné.
Irerê, passarinho morto
Irerê, filhos de Quelé
Irerê, mas Guiné tem outro
Irerê seu filho Ireré.
Irerê, pássaro cativo
Irerê, pássaro proscrito
Irerê, pássaro caçado
Irerê, passarinho morto.
O Irerê é uma ave anseriforme da família Anatidae. Também conhecido por paturi, marrecão (Rio Grande do Sul) siriri, marreca-viúva, marreca-piadeira e na região de Pombal Paraíba é conhecida como marreca-viuvinha.
ETIMOLOGIA DO NOME CIENTÍFICO ( Dendrocygna viduata):
Do (grego) dendros = árvore; e cygna, cygnus = referente ao cisne;
E do (latim) viduata, viduare, viduus = viúva, em luto, enlutada).
⇒ (cisne de luto que pousa nas árvores).
Provavelmente nosso pato mais bem conhecido, seja pela sua beleza, pelo fato de se aproximar muito das áreas urbanas e pelo seu canto típico. É a sua vocalização que lhe empresta o nome irerê ou paturi, muito agudo e alto, lembrando o barulho de alguns apitos ou o som de brinquedos de borracha.
A máscara branca na face contrastando com o pescoço negro e o bico chumbo torna esta espécie inconfundível. O peito é castanho e o resto do corpo é finamente estriado em branco e preto. Quando em vôo é possível ver as asas escuras.
Assim como outros marrecos alimenta-se basicamente de plantas submergidas e gramíneas nas margens dos lagos, mas também come invertebrados aquáticos, pequenos peixes e girinos.
O ninho é construído no chão. A fêmea bota de 8 a 14 ovos, sendo que o macho pode ajudar a chocar. Ambos cuidam dos filhotes.
É encontrado em quase qualquer corpo d'água ao longo de sua ampla distribuição que vai da Argentina até a América Central e curiosamente também ocorre na África Ocidental. Pode ser encontrado até mesmo em lagos poluídos. É mais ativo nos crepúsculos e a noite. Não é raro ouvir o piado desta ave a noite sobrevoando até mesmo grandes cidades em bandos. Chega a formar bandos de várias dezenas de indivíduos, principalmente durante as migrações sazonais que realiza no sul do país.
Presente em todo o Brasil.
REFERÊNCIAS BILBLIOGRÁFICAS: